O roubo de cargas e veículos segue como um dos principais problemas do país, como revelam dois levantamentos recentes.
De acordo com dados ainda não totalmente consolidados da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC), as ações criminosas no setor teriam causado prejuízos da ordem de R$ 2 bilhões, somente em 2018.
Já o cruzamento de informações das Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal apontam que neste período aconteceram mais de 22 mil ataques a transportadores em todo país. Mais de 80% deles estão concentrados nas duas principais cidades do Brasil, São Paulo e Rio de Janeiro.
Apesar do número de ataques ter caído em torno de 15% em relação ao ano de 2017, o volume não deixa de chamar a atenção de vários setores.
Para o Clube Internacional de Seguros de Transportes (CIST), entidade que reúne profissionais da cadeia logística de seguro de transportes como seguradoras, corretoras, resseguradoras e reguladoras de sinistros, o cenário atual tem gerado novas discussões.

“O resgate da análise dos processos logísticos e definição do ‘Plano Diretor de Segurança’ para redução das vulnerabilidades voltaram ao debate. A visão da cadeia de suprimentos, e não apenas da viagem em si (o que envolve carga, motorista, veículo e rota), passou a ser considerada nos projetos de segurança, junto com o uso de recursos de tecnologia, ações de inteligência e controle de acesso às informações”, explica Alfredo Chaia, diretor do CIST e da International Risk Veritas.
Para combater a criminalidade, as transportadoras e as empresas de gerenciamento de risco seguem investindo em soluções.
A J&C Gestão de Riscos, por exemplo, está adotando tecnologia via monitoramento de imagens nos veículos e implantando um sistema de atuação direta nos baús.
Outra medida é a construção de baús repotencializados (BRP), baús construídos do zero (BCZ) e baús chapeados, todos com portas anti-arrombamento com fechaduras randômicas, que só permitem a sua abertura com o envio de um código da central para o motorista.

“A adoção de uma segunda tecnologia de bloqueio vem criando bastante dificuldade para as quadrilhas, onde gera um fator surpresa, roubando assim o tempo dos criminosos. Tanto que o índice de salvamento das cargas vem aumentando”, revela Charles Ferreira, diretor Operacional da J&C Gestão de Riscos.
Ainda de acordo com ele, entre as mercadorias mais visadas pelos ladrões estão equipamentos eletrônicos, autopeças, cigarros, combustíveis, remédios, gêneros alimentícios e bebidas.
Já as seguradoras se esforçam para minimizar os prejuízos junto aos embarcadores e transportadores rodoviários. A Argo Seguros, por exemplo, uma das principais seguradoras de transporte do Brasil, oferece aos seus clientes manuais, SLAs e treinamentos para aperfeiçoar os procedimentos de gerenciamento de risco.

“Esses procedimentos são fundamentais e muitas empresas não fazem de maneira adequada por falta de orientação. O risco bem gerenciado afasta as quadrilhas especializadas e os desvios, mas não elimina os roubos de oportunidade.
Por este motivo, cada empresa tem um tratamento e recomendações aderentes a sua operação. Buscamos alternativas personalizadas para ajudá-los a manter este equílibrio de custo e segurança”, explica Mariana Miranda, gerente de Subscrição Cargo Marine da Argo Seguros.