Como sabemos, o seguro garantia é um produto securitário muito utilizado nos negócios ligados à administração pública.
Sua facilidade de contratação em comparação às outras modalidades de garantia em processos licitatórios, bem como a possibilidade de evitar o comprometimento do capital de giro, são elementos muito atrativos para as empresas que usufruem do produto em licitações e compras governamentais.
No entanto, quando verificamos o atual cenário do seguro garantia nos negócios privados, os indicadores não são nada animadores quando comparamos com os negócios públicos, como é possível ver nas tabelas abaixo:


O que podemos fazer diante desse cenário?
Tenho insistido no ponto de que uma grande porta de entrada para difundir o seguro garantia no setor privado é o canal de compras e fornecedores, pois são eles que administram os processos de concorrência privada das empresas e ditam os requisitos exigidos nos mesmos.
Uma adequada conscientização dos integrantes desses canais (em especial aqueles que ocupam posições de gestão, dotados de capacidade decisória), com a transmissão didática da ideia de que o seguro garantia representa respaldo na relação da empresa para com seus fornecedores, pode trazer resultados interessantes.
Dessa forma, os mesmos podem passar a exigir a contratação do seguro nas suas RFQs/RFPs, se tornando, por consequência, fomentadores de demanda pelo produto.
É algo perfeitamente plausível de se consolidar, já que a mitigação de riscos é certamente um tópico que tem prioridade elevada dentro das organizações, sobretudo em razão do que foi produzido em matéria de governança corporativa nos últimos anos.
No entanto, isso só é possível com o engajamento dos profissionais e players do mercado em iniciativas nesse sentido.