Retomada do crescimento, puxada pelos negócios públicos
Mesmo que o mercado segurador tenha se mostrado resiliente aos períodos de recessão e estagnação econômica através de repetidos números satisfatórios, é notório que ele também sentiu os impactos negativos decorrentes da crise econômica.
Com a definição das disputas eleitorais e um maior nível de otimismo dos agentes da economia brasileira, o mercado segurador tem plenas condições de aproveitar essa oportunidade para elevar seus ganhos.
Após sofrerem os efeitos colaterais causados pela corrupção empresarial e política, os negócios públicos parecem que vão experimentar uma retomada do nível de atividade e ter uma significativa parcela de contribuição no agregado da economia.
Devido à grandiosidade dos negócios públicos, especialmente na parte de infraestrutura e energia, surgem riscos igualmente grandiosos para serem cobertos pelo mercado.
No entanto, é prudente salientar que a intensidade dessa retomada do crescimento puxada pelos negócios públicos está condicionada à resolução da situação fiscal problemática do governo federal e de alguns estados da federação.
Alguns estados não possuem fluxo de arrecadação adequado para honrar os compromissos e amortizar a dívida devido à capacidade produtiva da economia regional, enquanto outros precisam, somado a isso, encarar problemas econômicos regionais históricos, como a pouca diversificação da atividade econômica, que penalizou mais notadamente o Rio de Janeiro, altamente dependente do desempenho das operações do setor petrolífero e energético.
Permanência do protagonismo dos riscos cibernéticos
Os riscos cibernéticos vêm ocupando uma posição de protagonismo nas discussões do mercado segurador nos últimos anos.
Tudo indica que a discussão em torno do tema vai se intensificar e se ampliar para outras nuances, tendo em vista que há um interesse geral do mercado em tornar os produtos securitários ligados aos riscos cibernéticos mais refinados, popularizados e ajustados com as demandas dos negócios dos mais variados portes.
A consolidação do Seguro Garantia Judicial
O alto número de processos nas várias instâncias do judiciário foi um grande catalisador para o desenvolvimento de produtos securitários do segmento de garantia judicial.
Cabe aqui um destaque à nova legislação trabalhista, que passou a aceitar de forma explícita a utilização do Seguro Garantia Judicial por parte da empresa processada que visa recorrer na decisão do tribunal, endossando assim o entendimento já obtido através do Código de Processo Civil.
Existe margem para a expansão do produto, haja vista a judicialização da sociedade em seus vários aspectos.
No entanto, há uma questão que deve ser vista com cuidado no futuro: o índice de sinistralidade do produto.
Os critérios de aceitação utilizados atualmente pelos players do mercado podem se revelar inadequados em um cenário futuro, justamente pela alta expectativa que ronda o produto hoje, podendo haver uma compensação no prêmio médio cobrado pelas seguradoras ou restrições de aceitação de risco.