O que é a filosofia Lean?
A filosofia Lean pode ser definida como um conjunto de princípios de gestão que possuem como objetivos:
- simplificar o fluxograma de processos;
- eliminar processos que não acrescentam valor ao cliente;
- otimizar a cadeia produtiva e;
- evitar desperdícios de energia, tempo e recursos.
Concebida como prática na cadeia produtiva da Toyota e posteriormente idealizada como conceito através de estudos promovidos pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology), a filosofia é adotada por grandes organizações mundo afora, em especial por aquelas onde uma simples ineficiência ou morosidade pode provocar perda de competitividade em relação aos concorrentes ou mesmo prejuízos financeiros.
A seguir estão os cinco princípios elementares da filosofia Lean:
Definição do valor: questionar os clientes a respeito do que eles enxergam como valor naquilo que está sendo ofertado e debater essa questão de forma profunda, já que a conclusão oriunda daqui norteará os demais procedimentos.
Identificação do fluxo de valor: identificação dos processos do fluxograma atual que imprimem valor ao produto final e a eliminação daqueles que não preenchem esse requisito.
Montagem de um fluxo contínuo: viabilização prática de um fluxograma operacional utilizando os processos que restaram, conectando uns aos outros e criando algo isento de interrupções e falhas sistêmicas, além de promover a reformulação de seus respectivos elementos internos.
Adoção da produção puxada: o fluxograma desenvolvido deve entrar em atividade para somente produzir no momento em que houver a constatação de uma demanda a ser suprida.
Há aqui uma forte relação com o famoso conceito just in time, quase que uma marca registrada do “toyotismo”.
O conceito de produção puxada faz oposição à tradicional produção empurrada, que defende que a quantidade de itens produzidos esteja diretamente ligada ao atendimento de uma demanda previamente estipulada.
Busca da perfeição: ter uma mentalidade organizacional orientada à busca da perfeição, prezando pela melhora contínua dos processos presentes no novo fluxograma e a satisfação do consumidor.
A sua aplicação no mercado segurador
A filosofia pode ser usada para, por exemplo, repensar o modus operandi do departamento de sinistros de uma companhia e assim eliminar morosidades que prejudicam o relacionamento da mesma com o segurado e o corretor.
Outra finalidade interessante seria a sua inclusão em uma iniciativa com o objetivo de revisar a rotina de aceitação de propostas comerciais.
Vamos supor que uma companhia esteja exigindo que uma proposta receba o aval de um gerente comercial e posteriormente de um superior a ele.
Ao pensar de acordo com a filosofia Lean, chegamos aos questionamentos: existe algum real motivo para essa exigência? Essa dupla aprovação é realmente necessária para o fluxo?
Se não, por que não eliminar essa redundância e passar exigir a aprovação de apenas uma alçada? A simplificação certamente pouparia o gasto de tempo da parte excluída e aceleraria o processo de contratação de seguros como um todo.
Esses são apenas alguns exemplos. Existem muitos outros cases que poderiam ser citados aqui.
Como podemos ver, a filosofia Lean, no contexto do mercado segurador, pode ser de grande utilidade para promover uma reflexão a respeito da rotina administrativa presente no cotidiano de uma seguradora, podendo resultar em benefícios longevos e visíveis se aplicada com consciência.