Nesses últimos dias, felizmente meu currículo foi selecionado e participei da etapa online de um processo seletivo.
A etapa consistia em um formulário com várias perguntas relacionadas ao perfil do candidato. Dediquei atenção para respondê-las.
Dentre as questões do formulário, essa foi a que mais me chamou a atenção:
O que você já fez para melhorar o mundo?
É bem verdade que o teor da pergunta torna propícia uma resposta com um tom idealista e utópico, típico de um pré-adolescente no aflorar de sua puberdade, onde ele precisa mostrar para seus vários círculos sociais os seus posicionamentos com aquele ar de ineditismo, na simples e pueril intenção de obter uma aceitação.
No inconsciente do respondente, é despertado, quase que de forma instantânea, o seguinte pensamento (mesmo que ele não assuma isso):
“Meu Deus, agora é minha chance de mostrar a alguém o meu valor, como eu sou bom para o mundo!”
Não quero soar pretensioso, mas tenho certeza que todos os outros candidatos deram respostas completamente destoantes da minha.
Sem rodeios, respondi que nessa etapa da minha vida prezo pela minha evolução como indivíduo, porque entendo que nós só podemos melhorar o mundo se, antes, tivermos a iniciativa de compreendê-lo.
Antes que você pergunte, não fui selecionado para a próxima etapa do processo. Nunca vou saber, mas talvez passaria se desse uma resposta fofinha e condizente com a cartilha dos autointitulados benevolentes. Ou não.
No entanto, resolvi ser sincero.
Enquanto escrevo esse artigo, tenho 22 anos, não 50 ou 60. Você está no direito de achar que eu pari o conservadorismo dentro de mim muito cedo. Mas eu, assim como Pondé, tenho medo de quem quer salvar o mundo.
Porque, em nome da suposta nobreza da sua causa, essa pessoa poderá assassinar princípios essenciais para a nossa civilização e que demoraram séculos para se concretizar.
Seguros e etc. 